sábado, 24 de novembro de 2012

O Conto da Ilha Desconhecida

O Conto da Ilha Desconhecida

Um homem foi ao palácio do rei para lhe pedir um barco. No palácio havia várias portas e cada uma tinha sua utilidade. O rei passava todo o tempo na porta dos obséquios, onde os tais eram oferecidos.
O homem foi ter na porta das petições, afinal, estava ali para fazer um pedido. O rei, no entanto, fingia não ouvir as batidas na tal porta e deixava baterem até que o som incomodasse a vizinhança que questionavam: Que rei temos nós, que não atende aos seus súditos?
Quando isso acontecia o rei mandava que o primeiro secretário fosse ter com quem batia e este pedia ao segundo secretário que pedia ao terceiro que ordenava ao seu subordinado, este por sua vez mandava ao seu subordinado e assim ia até chegar à mulher da limpeza que não tendo em quem mandar ia atender as batidas. Foi assim que o homem que queria um barco foi atendido.
Quanto tal homem foi atendido pela mulher da limpeza exigiu fazer seu pedido ao rei, ao receber como resposta que o rei era muito ocupado, falou que da porta só sairia quando falasse diretamente com a alteza. Assim deitou-se frente à porta e esperou. Sua estada era positiva aos olhos do rei pelo fato de que outras pessoas não viriam pedir e sobraria mais tempo para os obséquios, mas ao mesmo tempo as revoltas sociais cresciam devido à demora da resposta. Então, em três dias o rei foi ter com o homem.
O homem pediu ao rei um barco, queria ir ao encontro da ilha desconhecida. O rei afirmou que tal não existia, no entanto o homem argumentou e assim teve o barco concedido, o rei mandou que ele procurasse pelo capitão do porto, que sozinho arrumasse sua tripulação e que adquirisse um barco seguro e que navegasse bem.
No instante em que o homem partiu, muitos correram para a porta das petições, mas o rei já havia saído e a mulher da limpeza também, decidira que iria à procura da ilha junto com o homem e que seria a mulher da limpeza no barco.
Ao chegar às docas o homem teve com o capitão que lhe questionou sobre sua experiência nos mares. De longe a mulher da limpeza observava e escolhia entre os barcos qual que gostaria. O capitão cedeu ao homem uma caravela reformulada. Justamente o barco que a mulher escolhera. E foi gritando “meu barco”, se apresentou ao homem e se ofereceu.
Ela foi para o barco a fim de realizar a primeira limpeza e ele foi em busca da tripulação. Voltou apenas com o jantar para os dois. Homem nenhum acreditava na existência de uma ilha ainda desconhecida, de uma ilha que não constasse nos mapas.
Ele revelou desistência quanto à viagem, afinal esperara três dias pelo rei e agora não conseguia tripulação, mas ela disse que fossem os dois. Os dois jantaram e não sobrou nem sequer uma migalha. Depois, como por desejo da mulher da limpeza, o homem foi conhecer o barco que ganhara. Despediram-se então com um simples: Boa noite, durma bem e tenha sonhos felizes! Ele pensando como a mulher era bonita e ela pensando que ele só tinha olhos e mente para a ilha desconhecida.
Dormiram. Ele sonhou por toda a noite. Sonhou que tinha uma tripulação com homens, mulheres e crianças. Que levava sementes, terra, animais e árvores. No sonho no último instante a mulher da limpeza abandonava a aventura. E ele procurava com os olhos mesmo sabendo da desistência. Os homens quando questionados diziam não ver ilha nenhuma que fosse desabitada e assim desconhecida. Então, quando passaram por terras habitadas, exigiram o desembarque. O homem viu todos descerem e a terra se espalhar pelo barco e as árvores e sementes ali brotarem.
Acordou e tinha nos seus braços a mulher da limpeza. No dia seguinte, batizaram o barco como ilha desconhecida e partiram.

Os Nove Livros Desconhecidos


Os Nove Desconhecidos
(O berço da legião de Renegados)

Os Nove Desconhecidos formam a mais poderosa sociedade secreta do Reino do Caos. Poucos relatos são tão profusos em especulações: da manipulação das massas às viagens no tempo, da imortalidade às civilizações perdidas.

Segundo alguns historiadores de Ekinissi, a “Ordem dos Nove” foi fundada na antiga Ouranos, em 246 a.C., pelo imperador Hasengard. Objetivo: tornar o conhecimento secreto; evitar que caísse em mãos erradas. E toda a sabedoria seria armazenada em Nove Livros, constantemente atualizados e cada qual dedicado a uma ciência: psicologia, gravitação e luz são três delas.

Sobre um dos livros, Talbot Mundy (escritor misterioso) escreveu: "uma única página tem segredos de proporções suficientes para que um pagão possa começar, prontamente, a sua própria religião".

 A Ilha dos Renegados seria apenas a manifestação mais recente da “Ordem dos Nove”. Prospectando acontecimentos intrigantes e enviando gurus bizarros às regiões dominadas por Deuses, os Nove dão as caras em várias ocasiões. As pistas são péssimas e as possibilidades, incríveis.

 Conheça, enfim, a magnífica história dos Nove Desconhecidos...

Enquanto as outras sociedades secretas são ditas possuidoras de saberes místicos, os Nove teriam a instigante característica de guardar um conhecimento puramente racional, científico.

Mas os Nove Desconhecidos não são Ciência. São, para a maioria dos historiadores da época, teoria da conspiração. Eram, talvez, uma amostra lúdica daquilo que a Ciência de Ekinissi pode se tornar nos próximos mil anos de Reino do Caos.

 Na época, Hasengard avançou para uma tese engenhosa: quando o conhecimento se torna muito perigoso, é preciso escondê-lo. Isto esteve perto de ocorrer após a 1ª Guerra Santa. De fato, houve uma mobilização secreta contra os conhecimentos adquiridos pelos Nove Desconhecidos.

Quando os conhecimentos de destruição em massa mostraram seu poder, autoridades cogitaram interditar a ciência e os estudos na ocasião. A idéia era entregar o avanço científico a uma comissão conscienciosa, que decidiria, sem riscos, que uso dar ao conhecimento destrutivo.

E é aí que entram os Nove Desconhecidos. O ponto de partida da história dos Renegados: imperador Hasengard.


O Império de Hasengard

Conhecimento perigoso: eis o que permitiu que Hasengard, por volta de 270 A. C., expandisse seu Império, exterminando cem mil ouranienses em uma violenta e arrasadora conquista em Ouranos. Isto faria dele apenas mais um Gêngis Khan, um Alexandre, um Hitler. Mas Hasengard é historicamente famoso no Reino pela sua mudança: abandonou a violência e, segundo historiadores, "quis proibir para sempre aos homens que utilizassem o conhecimento de uma forma prejudicial". A tática, adivinhe, foi tornar a ciência secreta, fundando os Nove Desconhecidos.

 Tecnologia e bons propósitos, afinal.

Pois bem, os monges eram dez, mas foram enviados a nove lugares. A sugestiva lista a seguir saiu de um livro antigo chamado "Mahavamsa". Eis nossos primeiros "nove" (de muitos suspeitos):

1. Joshua
2. Mitzrael
3. Elizabeth
4. Baltazar  
5. Heracles e Lorenzo
6. Constantino (filho de Hasengard)
7. Demétris
8. Palácio
9. Kassinus

Não é difícil imaginar alguém que, partindo destes "nove", tenha criado uma versão rudimentar do que, muito depois, viria a ser a rica história dos Nove Desconhecidos. Vamos a ela, afinal.


Os Nove Livros do Conhecimento

Diz-se que cada um dos Nove Desconhecidos era responsável por um livro, que conteria informações de uma determinada ciência. Tais livros seriam constantemente atualizados.

Estes seriam os seus conteúdos:

Livro I - Psicologia: técnicas de controle e manipulação psicológica das massas, através da compreensão do funcionamento da mente.

Livro II - Fisiologia: como eliminar/ imobilizar alguém com um toque.

Livro III - Química: a alquimia (transmutação dos metais) - criação de armaduras a partir de minérios.

Livro IV - Microbiologia: cura de doenças e engenharia biológica de destruição.

Livro V - Comunicação: leitura de mente de um ou mais ser vivo e telepatia.

Livro VI - Gravitação: torna possível controlar a gravidade.

Livro VII - Luz: viagem no tempo e Invisibilidade.

Livro VIII- Sociologia: as leis que governam a evolução das sociedades.

Livro IX - Universo: "a mais vasta cosmogonia concebida pela nossa humanidade", segundo Hasengard.


Estes supostos nove livros se abriram a belas especulações. Ainda no excerto, diz-se que os ataques/ golpes básicos dos aspirantes seria resultado de "vazamento" de informações doLivro II.

Além da já citada "técnica para fundar uma religião", presumivelmente vinda do Livro I, uma fonte remota fala na possibilidade de que, com a disciplina correta, seja possível desfazer a própria sombra: obviamente o Livro VII vem à mente.

Ao final do último livro (IX – Universo), Talbot Mundy descreve o poder máximo atingido por um humano ao alcançar a façanha de desvendar os 9 livros:

Armas não conseguem cortá-lo,
fogo não pode queimá-lo,
água não consegue molhá-lo,
ventos não podem secá-lo...
ele é eterno e tudo permeia,
sutil, sagaz e sempre o mesmo.
- Talbot Mundy, II:23-24

“Conhecimento não é sabedoria, sabedoria não é verdade, verdade não é beleza, e beleza não é amor.” Palavras de Hasengard ensinadas sempre a Thurock, seu afilhado.

A melhor maneira de se esquecer do tempo é usá-lo.

O homem nunca sabe do que é capaz até que é obrigado a tentar.

O poder do homem cresceu em todas as esferas, menos sobre si próprio.

(CONTINUA...)